Na Graça

Ontem havia

Concertos,

Sonetos,

Harmonia.

Hoje persistem

Poemas,

Com temas

Que existem.

Entre as horas idas,

A prosa

Honrosa

Das lidas.

A estação vinda

Muito fria,

Anuncia

Outra linda.

Que o porvir

Dê motivo

Para ativo

Sorrir!

E bem feliz faça

A primavera

Do que espera

Na graça!

Aquém e Além Não se quer ficar Aquém Do que é trato, Sabendo-se que ninguém Ignora o fato. Que tudo que mal nos causa Seja abolido, Para haver uma pausa Aos dias idos. O antes atrás ficou Com consequências Que o mundo danificou Na existência... O Além é o futuro Com mais limpeza, E que eu auguro À natureza. Não poluir é a meta Que é urgente E a forma mais concreta De salvar gente, Com toda fauna e flora E o grande mar Que cabe a nós agora Também cuidar... .

Torcida eterna

 

Torcida eterna

Torcer faz parte

Da vida

  Da arte

   Da lida!

É vibração

   Por glória,

     Ação,

        Vitória!

É movimento,

   Torcida,

     Evento,

       Saída!

Pedir progresso

    Nos jogos,

       Sucesso

         Com fogos!

Vale a pena

    Viver,

       Em cena

         Torcer:

Pela bondade

   Fraterna,

       Verdade

          Eterna...

   

  

  

   

        

        

       

     

  

      

  

        

        

       

     

  

      

Universal

 

Universal

Uma folha ao vento

Num momento

Não salvo!

Perdeu-se um poema

Uma cena

Um alvo!

Ganhou-se este novo,

O renovo

Menos terno.

Será melhor talvez

Sua vez

No inverno.

O outro eram passeios

E gorjeios

Das aves.

Este saiu mais sério

Com mistério

De chaves,

Por ele ter surgido

Requerido

No verso...

O outro não perdi não,

Ficou no coração

Do universo...

Amigos

É Astro

 

É astro

O sol se põe no horizonte

Indo a outro hemisfério,

Sem que não se conte

O seu mistério

Com o manto

Carmim

Santo.

Vai trazer um novo dia

Para o lado Oriente

Com a energia

Já evidente

Que seduz.

Enfim

Luz.

Tanto aqui quanto acolá

Parece tão bem-vindo

E embora se vá

O sol infindo

Deixa rastro

Tão lindo...

De Astro!!

c

Ar de grande majestade

 

Ar de grande majestade

A beleza do jardim

Concentra-se por inteiro,

Seja em julho ao fim

Ou janeiro,

Em uma rosa.

Ela não sabe inglês

Nem outra língua terrena

Onde a louvem talvez,

Sendo apenas

Muito formosa.

Tem na sua aparência

Ar de grande majestade,

Sem que tenha consciência

De beldade

Com seu olor.

Modéstia tem por virtude,

Não se exaltando jamais,

Não mudando a atitude

Para mais,

Seu valor.

.

  

 

  

Com pedigree

 .

Com pedigree

O angorá jardineiro

No peitoril da janela

Cuida a rosa

Na roseira.

Quem o vê acha perfeito

O seu gesto para ela

Tão formosa

E faceira.

Alguns veem sua beleza

De gato com pedigree

E argúcia,

Fino faro.

Outros veem a natureza

Da rosa não vista aqui

Sem astúcia,

Preço caro.

Alguém aproveita a cena

E registra o flagrante

Entre o gato

E a flor.

Na manhã a brisa amena

Vai levando mais avante

Este ato

De amor.

 

De sol a sol

  .

Flor semovente

Olha o nascente.

Vê o Sol

E o admira

Enquanto gira

Girassol.

Em sua corola

Qual áurea bola

Vê o Sol

Que a comove

E a flor se move

Girassol.

Absorve o calor

Ao seu favor

Do arrebol,

Ao meio-dia

Até a elegia

Do pôr do sol.

Pelo astro chama

E sempre clama:

_Luz de escol!

A flor constante

Perseverante

De sol a sol!

Nuanças do Inverno

 

Os raios solares

Vistos lá no céu

Atraem olhares

Tímidos e raros.

Eu vejo a cor

Tênue da flor

E o trêmulo caule

Ao vento cortante.

O tempo cinzento

Faz longo o dia

E não se verá

Cores de alegria...

Haja esperança

Para a primavera

Em que brilha o sol

Com novas nuanças!

A tristeza passa

E voltam as flores

Repletas de graça

E de bons odores!

Há mil cambiantes

De tons incessantes

Que podem dar calma,

Mas, só dentro d’alma.

 

Folhas e estações

 

As folhas caindo

Marcam o outono

E lá no céu lindo

Parecem  tesouro.

No inverno o dourado

Fica apagado

Embaixo da neve

Ou do solo frio.

As novas nascentes

Já na primavera

Trazem alegria

E o verde prospera.

Mas é no verão

Quando têm mais cor

Em seu tom mais forte

Que plenas serão.

Assim é na vida

As folhas gravadas

Algumas de ouro

Outras prateadas...

 .

 

Perdoar quantas vezes?

 

 Setenta vezes sete

A Palavra veio a mim

Como um vento

Do espaço sideral.

Passou pelo meu jardim

Do sentimento

Universal.

Pelo Espírito abrangente,

Com mais visão,

Pude enxergar além.

Vi o quanto é urgente

O coração

Viver e fazer o bem.

Ele nasceu para amar

Sem escassez

Os que são nossos amigos,

E aos demais perdoar

Mais uma vez.

O perdão é infinito

Como o amor,

Caminham sempre unidos.

Qual deles é mais bonito

E tem louvor?

Ambos são muito queridos.

Assim veio esta Palavra

Pra refletir

Seriamente sobre isto.

Quando menos esperava,

Ao partir,

Deixou o aroma de Cristo.

Na praia de Copacabana

Perto do imenso mar

O grande poeta,

Pode agora cismar

Ideia secreta.

Ouve-se da onda o som

E ele medita,

Sem se retirar Drummond

Da praia bonita.

Num banco ali sentado,

Nunca está sozinho,

Pois está sempre cercado

De muito carinho.

Viveu em Copacabana

Que lhe inspirou versos

Do seu estro que emana

Do infindo universo.

O bronze de que é feito,

Forte à maresia,

É dourado pelo efeito

Duma poesia.

Assim não é solitário

Quem à natureza,

Demonstra ser solidário

Com sua beleza...

Aroma na atmosfera

Aroma na atmosfera

Novas florações de ipês

De cor lilás,

Antes da hora talvez,

Com muita paz.

Sem ligar para o inverno

Com seus ais,

Florescem lindos e ternos

Até demais.

Na passagem dos momentos

Eventuais,

Revivem os sentimentos

Principais...

Pétalas soltas e leves,

Sem iguais,

Voando aos ventos breves,

Hibernais...

Vêm saudade e nostalgia.

E junto às quais,

Grandiosa melancolia

E tudo mais...

Para amansar essas feras

Imortais,

Seu aroma na atmosfera

Vence as tais...

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