segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Questão de preferência

Falar sobre os morcegos?

Prefiro as borboletas.

Aos notívagos renego.

As diurnas são eleitas.



Falar sobre as corujas?

Prefiro as aves canoras.

De aves noturnas se fuja,

Porque fogem da aurora.



Vassouras para voar?

Somente as usam a bruxa.

Caldeirão pra cozinhar?

Nele a poção repuxa.



Trocar os feixes de luz

Que vêm do meio-dia

Com o nome de Jesus

Que só nos traz alegria?



Procurar a escuridão

Da meia-noite em ponto?

Esquecer a Salvação

E entrar com Deus em confronto?



É melhor ficar atento

E escolher sempre o melhor.

Olhe bem neste momento

Ao que surge ao derredor...


Receita esdrúxula

Para fazer poção mágica,

Exclua as coisas trágicas.

Pegue uma gota dos Cânticos

E esqueça os versos dânticos.

Mais duas gotas de lágrimas

E para isto consagre-mas.

Três raminhos aromáticos

De alecrim sintomático.

Quatro gotas de poética

Pra melhorar a estética.

Cinco parcelas de pétalas

De lírios sem as sépalas.

Seis miligramas de néctares,

Para evitar os ímpares.

Sete porções dietéticas

De sabedoria e Ética,

Vindas do  Santo Espírito

Que rege a alma e o espírito.

domingo, 30 de outubro de 2011

Noite de Halloween

Na noite do Halloween

Na Rua do Cosme Velho

Da meia noite ao fim,

Não se via o evangelho.



Num enorme caldeirão,

Queimava folhas um bruxo.

O fogo vinha em roldão

Sem sofrer nenhum repuxo.



Fagulhas em escarcéu

Subiam por todo lado.

Espalhavam-se no céu

Com papel incinerado.



A vizinha atrevida

Apelidou-o de bruxo.

E assim por toda a vida

Repercutiu este fluxo.



Seu nome era Machado

De Assis, o Imortal.

Ele assim foi alcunhado

Sem a ninguém fazer mal...



O Bruxo do Cosme Velho

Transformou-se em cognome.

Se você quer um conselho

Respeite muito este nome.



Ele é o fundador

Da nossa Academia

De Letras e o escritor

Que nos traz muita alegria.




Simplicidade

Pássaros

(Carlos Drummond de Andrade)

Pássaros comendo em minha mão, o passarinho

A tranquila doçura tem do ninho

Mas eu prefiro o tordo aventureiro

A saltitar no pé do sabugueiro
                   (C. D. A.)
                                                                                    

Ao tordo, ave canora,

Que canta desde a aurora,

Elevamos nossas loas,

Como todas as pessoas.



São graúnas no Brasil

Onde voam pelo anil.

São os sabiás também

Que voam para o além.



É da família ainda

O uirapuru de voz linda.

Ele se esconde na mata

Onde a canção desata.



De espécies incontáveis,

De aspectos agradáveis,

São todos eles turdídeos

E conhecidos nos vídeos.

Também os passeriformes

Classificam-se conforme.

No Brasil, eles têm ninhos,

Recebendo o carinho.

Sunshine on my shoulders

Passando os viadutos

Eu vejo seus atributos.

Não posso fazer seus cômputos...



A causa? Velocidade!

Carros correm de verdade

Em busca de outra cidade.



Eu sinto na rodovia

O vento da euforia

No final de um belo dia.



Ouve-se uma canção

Repleta de emoção

Que enleva o coração.



Ao lindo som de Sunshine

On my shoulders e off-line,

O sol nos diz “I’m fine”!



Mas, o pensamento voa,

Enquanto a hora se escoa

No trânsito que ressoa.









 



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sábado, 29 de outubro de 2011

Asas longas e leves

Um livro tem asas,

Longas e leves...

Que de repente

Levam a gente

Longe, longe...

Elias José



Em cada página sua

Alvinha como o luar,

O autor não se amua

E busca se encontrar.



Em cada linha que escreve,

Derrama seu sentimento.

Este exercício prescreve

Remédio ao pensamento.



Sem querer ele confessa

O que vai ao coração.

A catarse já começa

A livrá-lo da opressão.



Comunica ao leitor

Tudo que o embaraça.

Recebe em troca o favor

Como água pura em taça.

O livro é mensageiro

De muita experiência.

Corre o mundo inteiro,

Enriquecendo a vivência.



Ele é um grande amigo

Que fala quando se quer.

Nele o saber tem abrigo

Em tudo que se requer.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Inesquecível bedel

Funcionário Público



Guardo em minha memória

Seu nome e sua história.

Sua função de confronto:

Cuidar do livro de ponto.

Não se devia esquecer

De ali o nome escrever.

Se esquecessêmos, seu Brito,

Corria-nos atrás sem grito.

Levava com ele o livro

Sem passá-lo pelo crivo...

Tal seria o diretor

Que exortaria o professor.

Passar-nos-ia um sermão

De cair cara no chão...

Quanta vez sua bondade

Salvou-nos da autoridade...
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Corrigiu-nos distração

Sem nenhum alarde não...

Lá no céu hoje andará

Sem precisar de alvará.

Foi sempre um bom cristão

E puro de coração.

Sendo um bom nordestino

Voltou pra lá seu destino

E a eterna morada faz.

Que ele descanse em paz...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Só Cristo Salva

Perguntam quem é maior,

Se a estátua da Liberdade

Ou de Cristo Redentor?



Olhando-se ao derredor,

É a primeira na verdade

Em grande altura que for.



Na América do Norte

A da Liberdade eleva

A chama que representa.



No Corcovado o Cristo

Redentor bem alto enleva

No amor que acrescenta.



Diferença de altura

Não deve ser discutida

Entre monumentos tais.



Obras de arte tão puras

Apresentam nesta vida

Símbolos universais.



Mas, só Cristo é Redentor.

Por seu sangue é Salvador.


terça-feira, 25 de outubro de 2011

A mais linda flor: a paz

Jardins de Haifas



Estive olhando os jardins

Maravilhosos de Haifas.

Existem lá nos confins

Que inacessíveis os faz.

Eram fotos na verdade

Que por e-mail recebi.

Encantam a humanidade,

Mesmo distantes daqui.

Uma profusão de cores

De vivíssimos nuances

De pétalas multicores

Por onde a visão alcance.

Parece que não há brisa,

Circulando por ali.

A água do mar está lisa.

Tudo estático aí.

Comove-me a derradeira.

Uma pombinha da paz,

Com seu ramo de oliveira,

No céu azul de Haifas...







segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Fofinha

Sempre se é responsável

Pelo que se cativou.

Ainda mais que é amável

Qual ave que presa ficou...



É tratada com carinho

Pelos donos que a têm.

Por amor ao passarinho

É que assim o mantêm.



O sabiá retribui

Cantando com harmonia,

Com beijinhos distribui

Aos seus amos alegria.



O seu nome é Fofinha

E atende a chamada.

Era ainda filhotinha,

Quando implume foi achada..



Foi salva do predador

Que quase a devorou.

Recebendo o amor

Na sua gaiola ficou.



Prefere ficar ali

A enfrentar o gavião.

Seus donos a têm aqui

Bem dentro do coração...

Quanto pode produzir uma semente?

Só Deus pode contar

Quantas maçãs sairão

De dentro duma semente.



Nós só podemos plantar

Bem dentro do coração

Cultivando-a somente.



Com água da esperança

Que a faça produzir

Nascerão as maçãs.



Haverá sempre abastança

Para a alma se nutrir

Nos dias de amanhã.



Virá saúde completa

Para o corpo e a mente

De quem a guardou com ânimo.



Nesta colheita seleta

Que muito se acrescente

Àquele que foi longânimo...










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domingo, 23 de outubro de 2011

Atrás das asas ligeiras...( Casimiro de Abreu)

Com asas cerúleas

Em panapaná.



De terras longínquas

Vêm para cá.



Isentas de acúleos

Vêm se acasalar.



Mesmo sendo núbias

Encontram seu par.



Parecem etéreas

E angelicais.



Por vias aéreas

São universais.



Encantos e mistérios

De azuis falenas.


Não temem ecúleos

Imigram apenas...






Voando



No azul do céu



Voo de pássaro

Tempo que passa.

Voo de página

Tecla que age.

Voo de pálpebra

Que nada apalpe.

Voo de pátina

Sem ter quem ate.

Voo a Pasárgada

Para passar.

Voo de Pégaso

Que ninguém pega.

Voo de pétala

Para o poeta...


sábado, 22 de outubro de 2011

Para a paz, não para a guerra

O invento alado



Sua meta era a paz,

O amor e a união,

Ajudar a humanidade.



O voo seria capaz

De elevar o coração

De eliminar a saudade.



O avião deveria

Ser usado para o bem

Que se pudesse fazer.



Santos Dumont não queria

Que o usassem também

Para a guerra promover.



Mas, os homens o traíram,

Trocaram o bem pelo mal,

Levando o horror da guerra.



Entretanto eles não viram

Na cegueira triunfal,

A derrota que ela encerra...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Veja o lado bom da vida

A voz do vento



Uns acham que o vento geme

E outros que ele canta.

Fique seguro no leme,

Enquanto a onda se levanta.



Se você jamais o teme,

Parecendo que ele encanta,

Enfrente o mar e reme

Mas, não descanse na manta.



Esteja sempre acordado,

Para ouvir a voz do vento.

Sinta-se acalentado,

Sem tremer um só momento.



Chegando ao porto buscado,

Exulte em seu sentimento.

Julgue-se abençoado,

Veja Deus no firmamento.




O paraquedista e a adoradora gospel (Jaqueline)



Paraquedista ensina-nos

A saltar sem sobressalto.

Sua coragem fascina-nos

E nos faz olhar para o alto.



Saltar ao solo sem medo

De se partir em pedaço.

O paraquedas bem cedo

Deve-se abrir lá no espaço.



Cantora gospel eleva

Nossa alma para o céu.

Seu cântico nos enleva

Com uma visão sem véu.



Seu cantar tão diferente

Um playback precisa ter.

Sem a voz suficiente,

Faz nosso pranto correr.



Cada lágrima a cair,

Leva-nos fora do chão.

O seu canto sem fluir

Leva ao alto o coração.

O esporte ensina a descer

Com muita experiência.

Este cantar a vencer

Na vida a deficiência.



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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ave-símbolo do Brasil: o sabiál

Oração do sabiá



Agradeço ao Criador

Esta vida que me deu.

Sou do poeta o cantor

Querido no país meu.

Minha terra é o Brasil

E entre as aves canoras

Sou símbolo bem gentil

Desta nação mui famosa.

Aqui construo o meu ninho

E o Senhor é o meu pastor.

Encontro pelo caminho

Tudo que preciso for.

Elevo o meu gorjeio

Bem cedo desde a aurora.

Que se ache em nosso meio

Alegria sem demora.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Quando falar

Quando falar em poeta,

Fale com todo respeito.

Faça homenagem completa

Sem ter nenhum preconceito.



Não diga mais o ditado:

De um poeta e louco

(Para ser bem explicado)

Todos nós temos um pouco...



Diga melhor: Sonhador,

Pra quem neste mundo vão,

Em vez de cantar a dor,

Faz vibrar o coração!



A rosa ele pode tê-la,

Sem ter do espinho temor.

Pode pegar uma estrela

Para dá-la ao seu amor



É rico de sentimentos,

E de alma muito boa.

No seu puro pensamento,

É excelente pessoa.

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