terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

As três janelas do tempo

AS TRÊS JANELAS DO TEMPO

OUTRORA, é o nome da primeira
E nela debrucei-me para olhar
A bela florescência da mangueira
Que perfumava todo o pomar.

Em seu peitoril, sentei-me arteira
Para ingenuamente desfrutar
Da infância a doce pasmaceira,
Fartando-me da boa luz solar.

Bem mais tarde, em plena mocidade,
Fitei através dela os ideais
E os sonhos de amor desta idade.

Porém, num certo dia os meus ais
Fecharam-lhe enfim, a claridade,
Levando para sempre os meus pais.

Chama-se HOJE, esta, a segunda
E através dela, vejo a avenida,
Desde a rósea aurora tão jocunda
Que chega para dar-lhe nova vida.
Da idade madura as marcas fundas
Em meu rosto relembram muita lida,
Contudo não me deixam as profundas
Mágoas nesta alma renascida.

Pois, eu firme estou neste presente,
Prosseguindo avante a caminhada,
Fitando o meu alvo simplesmente,

Para que eu não perca na jornada
Este ânimo que me põe à frente
Rumo à meta já delineada

A derradeira chama-se AMANHÃ
Com as revelações do meu porvir:
Em que se valorizam as manhãs
Com todas as surpresas do devir

Aguardarei por ela a Antemanhã
Com tudo que sonhei a se abrir,
Sem precisar de mais nenhum afã
Que não seja a Deus o bem servir.


Os projetos que não foram cumpridos,
Esperam sua vez sem mais quesito,
Para que ainda sejam concluídos.

É a melhor janela da existência
De onde se descortina o infinito
E o cumprir da missão em sua essência.




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