O poema não é outra coisa
Senão um sonho...
Tomas Tranströmer
O espantalho
Crianças brincam na horta,
Rodeando o espantalho
Vestido de roupa torta
E com chapéu em frangalho.
Cada uma nele vê
Um personagem de sonho,
Ou de filme na tevê
Que o mostra mui risonho.
Conversam todas com ele,
Como se fosse pessoa.
Até algumas viram nele
Uma brincadeira boa.
Perfilado em seu canto,
É pouso de passarinho.
Gosta de ouvir o seu canto,
Como forma de carinho.
Seu coração deve ter
Sob o gasto paletó!
Nele pode se conter
O medo de ficar só!
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