sábado, 2 de julho de 2011

Herança


Certa vez, eu vi meu pai, num acaso,
Na inspiração fugaz da poesia,
Como se estivesse, em curto prazo,
Fora do mundo cheio de utopia

Aos célebres reflexos do ocaso
Um soneto ungido lhe nascia,
Recém-vindo do lúcido parnaso,
Refúgio ao qual se ascendia.

Na minha inocência de criança
Talvez não entendesse tal momento
Repleto de grandeza e bonança.

Só depois percebi com grato alento
Que nele me foi dada a herança
De transformar em verso o sentimento.




Um comentário:

  1. continue sempre com sua capacidade de ser essa escritora maravilhosa...Lhe admiro muito sempre gostei de suas obras

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