O vendedor de balões
Nas ruas descoloridas
Lá do Afeganistão,
Como exemplo de vida
Veja-se este afegão.
Alheio a tanta tristeza
Vai vendendo os seus balões.
Há de vender com certeza
Aos que buscam ilusões.
Podem ser muitas crianças
Como também sonhadores.
Os que nutrem esperança
De esquecer as suas dores.
São pedacinhos de sonhos
Que satisfazem a mente.
Deixam os rostos risonhos
E o coração inocente.
O preço é irrisório
Para dar tanta ventura.
Poderá ser ilusório
Mas alegra a criatura.
-Quero o balão cor de brasa
E aqui está o dinheiro,
Diz logo a dona de casa
Com seu ar todo faceiro.
-Eu quero o amarelo,
Vai dizendo o pequeno
Que o acha muito belo
Com seu jeito tão ameno.
E assim de um a um
O bom homem vende todos,
Até não sobrar nenhum
Sem que use de engodos.
Embora ganhando pouco,
Distribui a fantasia...
Se alguém o julga louco,
Não sabe o que é alegria!
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